The Quest Log

Meu companheiro de aventuras.

1/26/2009

Obrigado

Obrigado por me mostrar a Matriz. Obrigado por finalmente ter mostrado que eu sou um uber-nerd e acabado com essa dúvida sobre a minha identidade. E obrigado por ser um nerd do qual realmente se possa inspirar e ter orgulho.

Obrigado por me lembrar, de novo, que a realidade não é aquilo que está diante dos nossos olhos, como muita gente antes o fez, mas que não fez de um jeito tão legal.

Obrigado por mostrar a origem das coisas, de todas as referências. Abrir meus olhos e fazer perceber que 99% dos HQs, mangás, filmes, livros séries e desenhos de ficção científica não passam de lixo, mas por também mostrar que existe arte no mundo dos nerds.

Obrigado por me ensinar em um livro tudo que meus péssimos e pouco comprometidos professores da época da faculdade de comunicação jamais tiveram sucesso em falar sobre. Obrigado pelos ótimos toques sobre como se constrói uma narrativa interessante.

Obrigado por ter previsto tanta coisa. Embora tenha sido tarde para perceber as coisas, nunca é tarde pra consertar o que está errado. Que vivemos num mundo cyberpunk pós moderno de viciados, niilistas, próteses, tecnologia, poluição, sujeira, mega corporações, inteligencias nos controlando, adormecidos sob um suposto manto de realidade que faz tudo parecer que está indo bem.

Obrigado por me acordar, mais uma vez.

Obrigado, William Gibson

1/17/2009

Gostar x Achar bom

Vira e mexe, algum amigo ou conhecido me pergunta o que eu achei de algum filme que eu vi, livro que eu li, jogo que eu joguei, ou, na grande maioria das vezes, o que eu acho de algum cantor, banda, álbum ou coisa que o valha que eu tenha ouvido e a pessoa em questão não.

E eu respondo: "Você quer saber se é bom ou voce quer saber se você vai gostar?"

Eu aprendi a fazer essa perguntinha porque tenho amigos de todo o tipo, desde fãs de obras cult pouco conhecidas até consumidores ávidos de lixo pop, passando por artistas, nerds, pseudo-intelectuais, intelectuais de verdade e um contingente enorme de analfabetos funcionais que não sabe entender direito o que diabos o autor da obra está querendo dizer.

O resultado é que quando eu afirmo que eu gosto ou não gosto de uma obra, só falta o sujeito me bater por ter uma opinião supostamente errada. Ou o contrário: a pessoa vai ao show/cinema/peça/exposição só para depois me dizer que foi dinheiro jogado fora por não entender absolutamente nada de shows/filmes/peças/exposições/etc.

Eu gosto das coisas que gosto por uma série de razões pessoais. Algumas lógicas, tipo achar a construçao da narrativa dum livro bem feita, e outras sem lógica alguma - por exemplo, até hoje não sei a razão lógica pra eu detestar jiló ou achar que o Placebo faz juz ao nome e de fato nao tem gosto ou cheiro ou efeito algum.

Imagino que cada pessoa deva fazer algo mais ou menos parecido - mas pode ser que eu esteja redondamente enganado, afinal, eu não sou os outros.

Só que, pelo menos para mim, algo ser bom é diferente de algo que eu goste. Em geral, para eu afirmar a qualidade de alguma obra, eu só abro a boca com um mínimo de conhecimento de causa sobre o assunto. Se me perguntarem se eu acho o Piazolla bom, eu digo que sim, apontando uma série de razões que justifiquem o valor da obra do cara. Não que eu goste de tudo que ele faça. E não que eu pegue os albuns dele para ouvir direto no iPod em modo de repetição contínua.

Pelo menos pra mim, gostar não siginifica que eu ache bom - o que justifica um monte de bobagens que eu leio, vejo e ouço por pura diversão - e nem tudo que eu acho bom eu gosto.

Tento explicar se a obra é boa ou não com base no meu conhecimento de causa (e nem sempre dá, seja por falta de embasamento ou porque a obra é meio ambígua) e tento ajustar o minha crítica em função do ponto de vista do sujeito, que nada mais é do que tentar arriscar um palpite se o cara vai gostar ou não em função das coisas que ele já gosta. Por melhor que seja o grupo, não adianta tentar vender Swingle Singers para um sujeito que só escuta [insira aqui o rótulo de estilo musical de sua escolha]

Invariavelmente, acabo tendo uns diálogos muito surreais. Porque se o povo gosta é bom, e se é bom é porque o povo gosta. Não é?

1/01/2009

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Feliz ano novo. =)